Liderança tóxica: sinais de uma gestão nociva e suas consequências
O sucesso de uma empresa depende, em grande medida, da qualidade da sua liderança. Se os líderes são inteligentes, íntegros e cheios de energia, os resultados são empolgantes. Por outro lado, uma liderança tóxica promove hostilidade e prejuízo.
Veja bem, a liderança tóxica não é só incompetente: é nociva. Há muitas consequências negativas relacionadas ao assunto, como mais rotatividade dos talentos, insatisfação com o ambiente de trabalho e piora do clima organizacional, além de desempenho operacional e financeiro ruim. Então, se nada for feito, a sobrevivência da empresa é comprometida.
Pensando na importância do assunto, nos tópicos seguintes, explicamos quais os sinais de uma liderança tóxica e suas consequência. Portanto, continue lendo.
Excesso de centralização nas decisões
Existem diferentes perfis de liderança. Alguns líderes são mais democráticos ou liberais enquanto outros são autocráticos (centralizadores). Até certo ponto, a centralização pode ser natural. Todavia, quanto elevada, é um verdadeiro problema aos negócios.
O excesso de centralização nas decisões faz com que a força de trabalho (equipe) tenha papel secundário, apenas recebendo e cumprindo certas ordens. Além disso, coloca o líder no centro das coisas, deixando pouco espaço para outros talentos ou novas ideias.
Aqui, a principal consequência é a exposição aos vieses cognitivos individuais, bem como limitações técnicas e conflitos de interesse. Quando as decisões dependem apenas do líder, há mais chances de falhar e conduzir a todos a resultados aquém do desejado.
Microgerenciamento dos subordinados e equipes
Outro sinal bastante nocivo é o microgerenciamento. Já ouviu falar no assunto? Consiste em gerenciar detalhadamente os subordinados e equipes, explicando o que deve ser feito, como, quando e por quem, bem como supervisionar minuciosamente as entregas.
Quando o líder microgerencia, tenta ser onipresente e onisciente — ou seja, quer estar em toda parte e estar bem informado de tudo. O microgerenciamento é reflexo da necessidade por controle e, em segundo plano, da baixa confiança na competência dos liderados.
Existem muitas consequências negativas ligadas ao microgerenciamento, tanto ao líder quanto aos liderados. O líder assume uma sobrecarga de trabalho, o que compromete suas tarefas mais importantes. Os talentos e equipes, novamente, atuam como coadjuvantes.
Baixa qualidade na comunicação interpessoal
Uma das principais competências à liderança é a habilidade em comunicação. Se o diálogo é falho, abre-se espaço para erros, problemas, conversas paralelas e conflitos interpessoais. Então, se o líder não quer (ou não sabe) se comunicar, a liderança pode ser tóxica.
Para ficar claro, uma boa comunicação não depende de brilhantismo na oratória. Aqui, o tema não é eloquência. Uma boa comunicação refere-se à capacidade de entender e fazer-se entendido. É preciso ouvir os liderados e adotar uma comunicação não agressiva.
Falhas na comunicação geram diversas consequências negativas. O pior alinhamento da equipe, por exemplo, que não sabe a melhor direção a ser seguida. Também surgem mais problemas e conflitos interpessoais, inclusive na dinâmica líder-liderado.
Atuação de modo pouco exemplar
O problema do falar-fazer é um sinal clássico de liderança tóxica. Estamos nos referindo aos líderes que falam uma coisa e, na prática, fazem outra. Com frequência, ainda utilizam o jargão “faça o que eu falo, não faça o que eu faço”.
Por exemplo, imagine o líder que diz para chegar cedo e é o último a chegar. Pior, quando diz que é preciso trabalhar duro e é o primeiro a ir embora do trabalho; ou quando diz que é para seguir os valores da empresa, mas é o primeiro a descumprir códigos de conduta.
A falta de exemplo faz com que o líder perca sua autoridade. Ou melhor, ele deixa de ser o modelo a ser seguido. Assim, passa a depender apenas do poder posicional (cargo) para que orientar seus liderados e ter suas instruções acatadas, o que tende a gerar atritos.
Baixa habilidade com feedbacks
O feedback é uma das mais poderosas ferramentas à liderança, afinal, ajuda a orientar os liderados, corrigir fraquezas e potencializar habilidades. Entretanto, o líder tóxico faz mau uso desta ferramenta — seja ao criticar em público ou não reconhecer os liderados.
Com muita frequência, o líder tóxico fornece feedbacks negativos em público, criticando, envergonhando e advertindo seus liderados na frente de outros colaboradores. Além disso, não reconhece as boas práticas de trabalho, quase nunca elogiando seus talentos.
A falta de reconhecimento gera desmotivação. Com frequência, os liderados pensam que suas boas práticas não estão sendo notadas. As críticas públicas, por sua vez, resultam em constrangimento e danos morais, podendo levar a empresa a ter problemas judiciais.
Atua com dois pesos e duas medidas
Outro sinal de alerta está na forma como o líder lida com as vitórias e derrotas. Um líder tóxico conta com dois pesos e duas medidas. Se algo deu errado, culpa dos outros; alguém que não fez o que deveria. Se algo deu certo, mérito do próprio líder.
Logo, uma má liderança tem dificuldade em se ver como parte do problema, avaliar seus erros e investir na melhoria. Além disso, não consegue ver outros profissionais como parte da solução — foram suas competências pessoais, seu perfil de líder, que levaram à vitória.
Novamente, há muitas consequências negativas. O ponto é que líderes que têm dois pesos e duas medias não conseguem aprender. Já sabem o suficiente, são os outros que precisam melhorar e corrigir falhas. Assim, não existe mudança e crescimento.
Veja, agora você conhece os sinais da liderança tóxica e sabe quais as consequências. Na prática, uma liderança despreparada pode inibir a aquisição e retenção de talentos, assim como mitigar a performance da empresa e das equipes de trabalho. Em última análise, todos — líder, liderados e organização — são prejudicados pelo uso indevido da liderança.
Felizmente, falhas podem ser corrigidas. É importante que o líder busque por feedbacks e avalie fraquezas, bem como invista em crescimento pessoal e correção de incompetências. Um bom programa de desenvolvimento de líderes pode ser de grande ajuda, pois estimula a adoção de novos hábitos, a melhoria da comunicação e o aumento da inteligência.
E então, gostou do nosso artigo? Quer saber mais sobre o assunto? Aproveite para conferir nossas soluções em treinamento de líderes e como adotá-las no seu dia a dia. Vamos lá!