Inteligência Cultural
Por Stephen M. R. Covey
Na nova economia global, é fundamental entender que, às vezes, culturas diferentes percebem promessas de formas diferentes. Entender essas diferenças é o segredo para realizar depósitos e evitar saques nas Contas de Confiança.
Não estou falando apenas de culturas étnicas ou geográficas. Por exemplo, conheci muitas culturas corporativas em que, quando se marca uma reunião para as 14:00h, espera-se que todo mundo esteja presente às 14:00h, pronto para começar. Estive em outras culturas onde a natureza do compromisso é melhor expressa por um relógio com o mostrador de horas indicando “mais ou menos 13:00h”, “mais ou menos 14:00h”, “mais ou menos 15:00h”, e assim por diante; a hora depende daquilo que as pessoas consideram mais importantes em determinado momento. Essa diferença é refletida pelas palavras gregas chronos e kairos. Chronos registra o tempo cronológico e kairos, a experiência qualitativa do tempo, ou o valor que você extrai de qualquer tempo disponível.
Lembro-me bem da primeira reunião que tivemos depois do anúncio da fusão da FranklinCovey. O pessoal da Franklin estava na sala de reuniões, formalmente vestido em ternos e pontuais. Nós do grupo Covey chegamos em trajes mais esportivos, dez minutos mais tarde. O pessoal da Franklin provinha de uma cultura organizacional que advogava “administre seu tempo”, nós viemos de uma cultura que realçava “dirija sua vida”. Sei que as pessoas de ambas as empresas pensavam: O que fizemos de errado?
A questão aqui é que ao ser sensível à natureza dos compromissos – tanto os explícitos quanto os implícitos – em culturas diferentes, você está construindo a confiança muito mais rapidamente do que se for insensível ou alienado a ela.