Os principais desafios da geração Y no mercado de trabalho
Se você fizer uma pequena comparação entre quem viveu a adolescência nos anos 80, 90 e 2000, vai perceber uma série de circunstâncias que moldaram a mentalidade dessas pessoas sobre suas carreiras, seus relacionamentos e seus propósitos de vida. A entrada da geração Y no mercado de trabalho foi o marco de uma série de disrupturas que, ainda hoje, o mercado se esforça para entender.
Afinal, os chamados millenials foram os primeiros a ingressarem nas empresas com grandes conhecimentos em tecnologia, formação acadêmica e muitos, muitos questionamentos na cabeça.
Quer entender um pouco mais sobre esses jovens profissionais, os desafios que eles apresentam e como lidar com eles? Acompanhe o que preparamos adiante!
Quem são os membros da geração Y?
A geração Y, também conhecida pelo nome “millenial“, apresentou grandes transformações nas lógicas de consumo e nos ideais de sucesso nos últimos anos. Nascidos entre 1980 e 1995, eles são considerados os “migrantes digitais”, pois nasceram em lares que ainda não tinham computadores e foram os primeiros a experimentar o potencial das redes. Adaptaram-se com facilidade à integração da tecnologia, mas, diferentemente da geração Z, ainda veem o que vivem “no mundo real” e o que fazem nas plataformas digitais como mundos diferentes.
No Brasil, o millenial foi, muitas vezes, o primeiro da família a ir para a faculdade. Foi considerado um profissional preparado ainda bem cedo, o que aumentou as expectativas do mercado e dos familiares em torno dessas pessoas. Isso também fez com que elas já não vissem mais sentido nos sistemas hierárquicos que, até então, vigoravam nas empresas.
A busca individual da felicidade é uma das pautas mais fortes entre os membros dessa geração, que se consolidaram como ótimos “problematizadores”. Defendendo um propósito maior, muitos deles buscaram construir a própria empresa, o que fez do boom das startups um marco dessa geração. Com redes sociais e plataformas de baixo custo, eles se tornaram entusiastas da economia de compartilhamento e organizam eventos e encontros com grande facilidade.
Horizontalidade, informalidade, home office e coworking foram algumas das mudanças trazidas por essa geração, as quais provocaram maiores transformações no mundo do trabalho. Porém, elas também foram acompanhadas pela falta de pragmatismo e pelo excesso de informação, como veremos a seguir.
O mito do millenial empreendedor
A geração Y carregou a tarefa de consertar tudo o que havia de errado com o sistema econômico vigente. Em 2014, a Forbes anunciava que os millenials eram a “verdadeira geração empreendedora”. Já a Time os considerava narcisistas, mimados e preguiçosos, mas capazes de salvar o mundo.
O que ocorreu, contudo, é que, assim que começaram a sair das universidades, o mundo sofria com a crise econômica de 2009, os espaços urbanos passavam por um fenômeno da gentrificação (que aumenta o custo de vida e faz com que muitas pessoas se sintam excluídas de determinados espaços) e profissões até então consolidadas estavam em profunda transformação devido à automação de sistemas e políticas de redução de custos.
O estouro das startups acompanhou também um grande número de falências — o índice, segundo a Forbes, é de 70% —, e os jovens profissionais que tinham uma formação acadêmica tão robusta ainda não tinham experiência o suficiente para enfrentar alguns desafios. Por isso, alertamos que, embora questionem bastante o status quo, os millenials nem sempre têm aptidão para o empreendedorismo.
Quais são os desafios da geração Y no mercado de trabalho?
Com seu desejo de inovação e uma estrutura robusta de informações, millenials exigem uma nova mentalidade de liderança nas empresas. Entenda quais são os desafios e prepare-se.
Dificuldades com a hierarquia
É comum que o profissional da geração Y enxergue seus superiores apenas como colegas de trabalho e tenha grandes dificuldades para se submeter à hierarquia tradicional. Para setores de RH, isso é um verdadeiro desafio, pois os jovens que chegam ao mercado têm pouca predisposição à escuta.
Em busca de aceitação dos jovens, algumas empresas flexibilizam excessivamente os marcos de estrutura, o que não é sábio. É essencial que cada colaborador respeite seus superiores, mesmo que não os admire — vale lembrar que a admiração é conquistada pelo exemplo, e não por concessões excessivas.
Ansiedade
Por terem crescido com muitas inovações tecnológicas e um grande fluxo de informações, os jovens da geração Y estão acostumados a muita ação, a uma série de estímulos e à execução de múltiplas tarefas ao mesmo tempo. A velocidade com que eles trabalham faz com que gerem resultados rapidamente, porém, a capacidade reduzida para lidar com frustrações pode fazer com que eles desistam facilmente diante de algumas dificuldades.
Proteção excessiva
Alguns especialistas acreditam que os jovens da geração Y cresceram excessivamente protegidos pela família, impedindo-os de enfrentar frustrações. Eles chegam ao mercado com uma formação acadêmica sólida, mas têm grandes dificuldades para lidar com problemas de diferentes naturezas.
Para a retenção de talentos, isso representa um grande desafio. A Future Workplace estima que os jovens americanos esperam passar por, aproximadamente, 15 a 20 empresas durante a carreira. A solução, entretanto, está justamente no desafio!
Confuso? Já explicamos! Quanto mais desafios o jovem encara na empresa, melhor percebe a própria relevância. Aos poucos, ele entende e engaja-se com o próprio crescimento pessoal. Como vimos, a busca pelo crescimento individual e a capacitação são fundamentais para esses jovens.
Como as empresas podem lidar com esses desafios?
Os desafios trazidos pelos millenials ao mercado ainda são recentes, mas já existem algumas dicas para lidar e, até mesmo, fazer com que a sua empresa se transforme positivamente com eles. Confira a seguir!
Conecte a sua equipe
Os millenials estão sempre em busca de conexões. Enquanto buscam por dicas de entretenimento, de compras ou mesmo para o trabalho e a faculdade, eles frequentam redes sociais e fóruns, como o Reddit, o Quora e outros. Eles crescem e aprendem com diálogos rápidos e simplificados. Por isso, busque conectar a sua equipe por meio de ferramentas, como o Slack, e eventos em sua empresa. Palestras e workshops ajudarão a formar laços e tornarão seus colaboradores mais motivados.
Proporcione boas experiências
É bem verdade que a remuneração é um quesito importante para os millenials, mas as recompensas experienciais importam muito para que eles se sintam motivados com a empresa. Como já indicamos, procure investir em capacitações e mentorias, além de programas de atividades físicas coletivas e encontros fora do ambiente de trabalho.
Invista em capacidades de liderança
Millenials precisam de líderes nos quais confiem. Portanto, além de oferecer feedbacks e dar bons exemplos, invista em programas de capacitação em liderança para você e seus gestores.
Embora sejam taxados como narcisistas e mimados, os millenials provocaram profundas transformações no mercado de trabalho e questionaram líderes — um fenômeno necessário em um contexto de crise econômica mundial. Porém, as empresas ainda precisam de preparo para lidar com a geração Y no mercado de trabalho, o que exige muita capacitação, treinamentos para a liderança e, principalmente, disposição para ouvir e mudar.
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